sexta-feira, 17 de outubro de 2014

50 anos de um clássico

Encontro em Curitiba celebra o cinquentenário da Puma, montadora que manteve o sonho do carro brasileiro

O capítulo escrito pelo Brasil na história da indústria automobilística é curto, mas há um nome que destoa dos demais na tentativa de viabilizar um carro nacional. Há 50 anos, a Puma surgiu como uma marca de veículos para competição. Mas os esportivos foram além e em mais de 30 anos alcançaram cerca de 23 mil unidades, com produção no exterior e diversos modelos exportados, fato que a tornou uma das montadoras brasileiras que mais resistiram às turbulências econômicas.

Para lembrar a data, o Puma Club do Brasil, com o apoio do Clube de Automóveis e Antiguidades Mecânicas do Paraná, realiza de 17 a 19 de outubro o 10º. Encontro Nacional do Puma. O evento será aberto ao público e terá a exibição de veículos e a entrega de prêmios. As inscrições para os expositores podem ser feitas até a próxima sexta-feira por e-mail ou no local do encontro (leia mais no serviço).

Para montar um Puma, a receita era simples: pegavam-se os chassis e a mecânica da VW ou da GM de um lado e fabricavam-se carrocerias em fibra de outro. Com isso, o resultado eram carros com visual esportivo, preços mais acessíveis que os importados e de manutenção barata. “O que fez com que a Puma sobrevivesse foi o design e o preço mais em conta em comparação com os importados. No Brasil, um modelo conversível era equivalente ao valor de um Ford Galaxie, que não era barato. Mas a mecânica, que usava chassis de Brasília e de outros carros encurtados, sim”, conta o membro do Puma Club e um dos organizadores do evento Sérgio Emílio Tempo.

Apaixonado pela marca, Tempo possui um Puma GTS conversível, que comprou no início dos anos 2000. Mas o primeiro cupê que levou para a garagem foi adquirido em 1985, depois de considerar outros descapotados populares da época. Já o vice-presidente do clube, Tonico Karas, possui três: um GTS 80, um GTB 80 e um GT 1.600 1971, que aguarda para o restauro. “O primeiro que comprei foi há 34 anos, mas tive que me desfazer depois de a minha esposa engravidar. Eu tive outros carros mais para frente, mas quem tem um Puma uma vez sempre quer ter de novo”, afirma Tonico, que ‘regressou’ à marca nos anos 2000.

Retorno valorizado

Ao longo das décadas de 1970 e 1980, a Puma se garantiu com as vendas aos mercados local e internacional. Entretanto, a pressão das várias crises sofridas pelo Brasil fizeram com que a empresa se endividasse e passasse o controle ao grupo curitibano Araucária S.A., em 1986. O resultado foi a transferência da linha de montagem para o bairro Cidade Industrial e a produção em série na capital paranaense, que durou até 1999, sob a tutela da empresa Alfa Metais, que adquiriu os direitos da marca em 1988.

Antigo diretor da empresa e dono da restauradora Doutor Puma, Rubens Rossatto Filho vê a alta dos impostos como uma das razões para a derrocada da fabricante. No entanto, embora ela tenha fechado as portas, o empresário afirma que a reforma dos cupês está em alta no momento. Hoje, o custo médio de um Puma é de cerca de R$ 25 mil para os modelos mais populares, como o GTS 80. Já os veículos restaurados podem chegar a até R$ 35 mil. E de acordo com Rossatto, a demanda pelo serviço da oficina vai até 2018.

10º. Encontro Nacional do Puma

• Data: 17 a 19 de outubro
• Horários: Sex. 13h às 17h. Sáb. 9h às 17h e Dom. 9h às 13h.
• Endereço: Museu do Automóvel. Av. Cândido Hartmann, 2300, Mercês. Parque Barigui.
• Entrada: R$ 5.
• Inscrições: R$ 150.

• Informações: pumaclubsergio@yahoo.com.br

*Fonte: Gazeta do Povo